A constituição da [CPA – Comissão Própria de Avaliação](https://www.uninter.com/cpa/) é uma determinação do Sistema Nacional de Avaliação de Educação Superior (SINAES) a todas as instituições de ensino superior no Brasil. O objetivo é que as instituições conduzam pesquisas internas com alunos e docentes, e com essas informações possam melhorar o desempenho e a qualidade de ensino oferecido. Essas autoavaliações são importantes pois aperfeiçoam os métodos de ensino-aprendizagem, planejamento educacional e infraestrutura.

Entretanto, devido à pandemia de Covid-19, desde março de 2020 as IES enfrentam o grande desafio que é a implementação do ensino remoto. O fato é que muitas instituições não estavam preparadas para atender seus alunos no formato a distância. Nesse contexto, o trabalho das CPA’s torna-se mais que necessário para adotar medidas que melhorem a qualidade e a experiência dos alunos e professores nas aulas online.

Para tratar desse assunto e trazer a experiência das CPA’s nesse novo cenário, a [Associação Nacional dos Procuradores Institucionais das Instituições de Ensino Superior](https://anpi.org.br/) (ANPI – IES) promoveu no mês de setembro uma live via YouTube. A **palestra** foi mediada pela presidente da ANPI – IES, a professora Ivanete Oliveira, e recebeu os convidados Hélio Rubens Godoy, presidente da **CPA** da **Uninter**, e Sérgio Mello, presidente da CPA da [UniFOA](https://unifoa.edu.br/).

A *live* apresentou as perspectivas e desafios de cada instituição. Enquanto a **Uninter** já estava consolidada na modalidade de [EAD](https://www.uninter.com/graduacao-ead/), a UniFOA estava em processo de transição. Apesar de a **Uninter** já atuar na educação a distância há bastante tempo, algumas turmas até então continuavam ensaladas na modalidade presencial. Hélio destaca que “as maiores mudanças ocorreram efetivamente dentro do ensino presencial, por causa da interrupção das aulas”. Ele pondera que “para o ensino **EAD**, não houve muito impacto”.

O professor ainda explica que ensinar a distância não é o mesmo que apenas dar aulas em formato remoto. Sendo assim, também ocorreram mudanças para os estudantes da modalidade EAD. “Nós adotamos ações para favorecer a adequação dos alunos nessa nova realidade de pandemia de Covid-19, tendo em vista que os polos de apoio presencial no Brasil inteiro estavam tendo as suas ações interrompidas. Então nós nos deparamos com uma diversidade de realidades nos diferentes estados e municípios onde atuamos. E é aí que a **CPA** entra dentro desse contexto, justamente favorecendo o levantamento de informações”, ressalta Hélio.

Por meio de pesquisas via **Univirtus**, a **CPA** da **Uninter** conseguiu mapear quais eram as necessidades e contextos dos alunos. Hélio relata que foi criado um grupo de trabalho – chamado de GT Covid – que envolveu diferentes diretores e setores administrativos. “Foi feito um mapeamento com o contexto externo dos alunos. Com questões como, por exemplo, se eles tinham alguém da família ou se conheciam alguém que foi infectado pelo vírus e se havia medidas de restrições por partes dos atores públicos de suas cidades. Também perguntamos como era a conexão e o acesso deles à internet, e se tinham local adequado para realizarem as atividades acadêmicas sem interferência de outros familiares”.

Hélio destaca que “a maior precariedade é na questão da banda larga”. E revela que a **CPA** tinha a ideia de que a maioria dos alunos acessava a internet por meio de celular, mas depois da pesquisa foi constatado que “o forte mesmo é o notebook”. Além disso, foi observado que apesar da dificuldade tecnológica existir, a maioria dos alunos têm preocupação no contexto residencial. “O ambiente adequado para estudo eles têm nos polos e nos campi; em casa eles não têm, e isso interfere muito na atividade deles”, afirma.

Tanto na **Uninter** quanto na **UniFOA** foram criadas soluções a partir de pesquisas e ações das CPA’s. O professor Hélio afirma que foram estabelecidas medidas como prorrogação de prazos de provas e flexibilização de atividades práticas. “Tudo dentro das exigências de portarias e pareceres do Ministérios da Educação (MEC) e do Conselho Nacional de Educação (CNE)”. O professor Sérgio, por sua vez, destaca que a pandemia trouxe muitas dificuldades, mas também muito aprendizado.

“Nesse momento, o papel da CPA da Unifoa foi assegurar o desenvolvimento desse processo de ensino remoto com qualidade. A qualidade é inerente aos processos. A CPA revisou os projetos de autoavaliação e criou condições”. Ele destaca que para os alunos que possuem baixa conexão na internet, foram disponibilizadas aulas gravadas e materiais impressos.

Para saber mais sobre as pesquisas realizadas pela Comissão Própria de Avaliação da Uninter, acesse [aqui](https://www.uninter.com/cpa/).

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O papel das CPAs no contexto da pandemia

Estamos vivendo um momento histórico por causa de uma crise sanitária global. A pandemia do coronavírus obrigou o mundo todo a mudar os hábitos de relacionamento e de interação social. São tempos difíceis, não há como negar. E o medo de contaminação e o isolamento social podem resultar em quadros de estresse, ansiedade e depressão. Portanto, é importante prestar atenção nas emoções e mudanças de humor.

Pensando nisso, a **Uninter** promoveu a **I SIPAT 360º – Semana de Qualidade de Vida no Trabalho com equilíbrio emocional**. O evento virtual apresentou 10 palestras que abordaram assuntos relacionados à saúde física e mental. Durante a semana, os colaboradores da instituição recebem orientações sobre ergonomia e uso consciente da tecnologia, inteligência emocional e mindfulness, além de assistirem a uma peça de teatro e até um aulão de ginástica laboral para aliviar o estresse e propiciar relaxamento.

O coordenador psicopedagógico da **Uninter**, Ivo Carraro, encerrou a semana **SIPAT** com ensinamentos sobre comportamento e aspectos emocionais. Ele explica que todas as informações que o cérebro recebe atingem o emocional: “Todo o conhecimento humano –  sem exceção – entra pelo emocional. É uma região do cérebro chamada de sistema límbico. E é responsável por receber toda a informação sensorial dos ouvidos, da boca, dos olhos, do tato”.

Segundo Carraro, é no tálamo que as informações são repassadas para outras regiões do cérebro. Ele exemplifica que é “como se fosse uma telefonista de uma empresa que recebe as informações e distribui”. Ao distribuir essas informações, quem recebe por primeiro é a amídala cerebral, que tem a função de disparar para outras partes do cérebro fazendo com que gere reações como o medo e a ansiedade.

Desta forma, como a sociedade de hoje é ultraconectada, a enxurrada de informações afeta diretamente o emocional. “Com essa avalanche de informações sobre coronavírus, estatísticas e mortes, a amídala interpreta que há perigo à vista. E quando há perigo, cria-se o medo e a ansiedade, que são faces da mesma moeda. É por isso que o coronavírus está causando medo nas pessoas, e quando há medo, também há estresse”, afirma Carraro.

Assim que o estresse se instala no emocional, o corpo também é afetado. “O estresse faz com que a pessoa não durma bem, chore muito e não preste atenção no trabalho. Além disso, a irritação atinge o físico, que resulta em problemas como o ataque cardíaco, pressão alta e dores no estômago e no corpo”, explica Carraro.

O psicólogo salienta que mudanças no comportamento precisam de atenção. Para isso, é preciso buscar o autoconhecimento. Deve-se olhar para dentro de si em um momento de introspecção e tentar compreender os fatores que afetam a saúde física e mental. Além disso, deve-se comunicar o que se está sentindo. “Busque ajuda psicológica e também procure alguém da sua intimidade para falar. É pela palavra que se tira as angústias, fazendo com que a carga emocional diminua”, aponta.

Para finalizar, Carraro deixou um recado aos participantes: “O medo é natural de todo ser humano. Quando o medo é muito alto, nós paralisamos. Mas se tivermos muito medo, nós não vivemos”. Para lidar com os medos da vida, temos que respeitar a realidade e conviver com ela”. Carraro argumenta que no caso do coronavírus, temos que respeitar as condições, adotando as medidas de proteção. Portando, o respeito é a base para se viver em sociedade. “O respeito faz o medo não evoluir e ativa outros sentimentos do cérebro, como a gratidão, a empatia e a gentileza”, conclui o psicólogo.

Para conferir esta palestra e a programação completa da **I SIPAT 360º**, os colaboradores da **Uninter** devem acessar o **Univirtus** e procurar pelo evento no link “Ao Vivo”.

A saúde emocional em tempos difíceis

Se antes as mulheres já sofriam com jornadas triplas de trabalho por assumirem os afazeres domésticos e cuidados com os filhos, agora, no cenário atual de pandemia de Covid-19, a desigualdade de gênero se tornou ainda mais evidenciada. Segundo a pesquisa **Outras Formas de Trabalho**, divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres dedicam duas vezes mais o tempo com o trabalho doméstico do que os homens. Com o confinamento e o home office, o desequilíbrio na divisão de tarefas se ampliou, resultando em mulheres cada vez mais sobrecarregadas.

Para tratar sobre desigualdade de gênero, a *webinar* **Mercado de trabalho: a mulher em tempos de Covid-19** foi ao ar no dia 14.09.20, pelo Univirtus. O evento foi mediado pela professora Patricia Carla Ferreira, coordenadora de cursos de pós-graduação da área de Educação, e contou com a presença da professora e advogada Ana Paula Oliveira, vice-presidente do Instituto de Defesa da Mulher no Mercado de Trabalho do Brasil, e a professora Tiemi Saito, do curso de [Direito](https://www.uninter.com/graduacao-presencial/curso-direito/?utm_source=uninter-noticias&utm_medium=referral) da **Uninter**.

Segundo Patricia, mais de 7 milhões de mulheres deixaram o mercado de trabalho desde o início da pandemia. Ela destaca que apesar de historicamente a mulher ser essencial ao mercado de trabalho, a desigualdade sempre perdurou: “Com efeitos que transcendem os desafios relacionados à emergência da saúde pública, a pandemia de Covid-19 atinge a economia, a política, os direitos e, principalmente, as relações de trabalho, escancarando a desigualdade de gênero que muitas vezes é encoberta pelo conformismo”, aponta.

A professora Tiemi ressalta que existe um contexto histórico que condiciona a mulher na posição de submissão: “Quando nós vimos ao mundo [as mulheres], a gente já surge dentro de um paradigma, uma condição que foi estabelecida para a mulher dentro da sociedade, que não é de hoje ou do século passado, mas desde a antiguidade. Essa construção que se fez ao longo da história reflete atualmente nessa reconquista pelo nosso espaço”, afirma.

Já Ana aponta que as mulheres foram apagadas da história. “Nos contam que apenas os homens eram provedores na sociedade e que as mulheres só tinham a função de ficar em casa e cuidar dos filhos”. Ela argumenta que isso não é verdade, e cita a obra de Jorge Caldeira, que fala sobre o Brasil no período colonial: “O autor usa um capítulo para falar sobre o papel da mulher e sua importância nesse período. Ele conta que a mulher cuidava das negociações do comércio e também do plantio. Além disso, a mulher exercia atividade política, mesmo não podendo ocupar cargos políticos. As mulheres faziam pressão nas autoridades para que elas conseguissem o que almejavam. O autor traz esse ponto de vista muito interessante, já que não é dito e ensinado às mulheres que elas exerceram um papel essencial na história”, completa a professora.

Tiemi enfatiza que hoje, apesar das mulheres ocuparem vários espaços na sociedade, ainda são poucas que atuam em cargos de liderança. “Por mais que a mulher atue no mercado de trabalho, ela está na parte mais rasa. Isso se chama segregação vertical, no qual as estruturas sociais não permitem que ela chegue ao topo. São raras as exceções de mulheres em cargos de liderança”, argumenta.

Ana salienta que mesmo quando mulheres estão em cargos de autoridade, sofrem questionamentos e preconceito. Ela cita a própria experiência na posição de advogada, quando foi fazer a defesa de um acusado no tribunal: “Já aconteceu comigo no meu primeiro júri. Uma parente de um acusado me perguntou se eu que iria fazer a defesa. E questionou se era melhor chamar um homem, porque homens têm a voz mais firme e mais forte”, lamentou a advogada.

Ao final, as professoras fizeram um apelo para que as pessoas tenham mais respeito e menos julgamento. É necessário quebrar paradigmas e estereótipos de gênero. Tiemi argumenta que “essa pandemia escancarou a realidade da mulher brasileira e da mulher no mundo, que desempenha várias funções trabalhando, cuidando da casa, dos filhos e cozinhando. É preciso mudar isso educando os nossos filhos. Temos que criar consciência e criar um novo paradigma que seja de igualdade”. A professora ressalta que temos que emponderar as próximas gerações: “Se um menino que ser cozinheiro, deixe que seja; se uma menina quer ser mecânica, encoraje ela também”, afirma.

Além dos paradigmas de gênero, as professoras também debateram outras questões que afetam as mulheres no ambiente de trabalho, como o assédio sexual, maternidade e racismo. Para assistir à webinar completa, os estudantes da Uninter devem acessar o Univirtus, clicar no link ‘ao vivo’ e digitar o título no campo de busca: Mercado de trabalho: a mulher em tempos de Covid-19.

Kethlyn Saibert

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